(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Paris - segundo dia

Qualquer turista em Paris já chega com um tremendo débito de pontos históricos a visitar. Minha proposta não é esgotar tudo nem seguir roteiro pré-determinado. Hoje consegui um mapa da cidade. Mas meu plano de ação será traçado com total tranquilidade.

O segundo dia foi bem repleto. Primeira andaça pelo metro, com baldeação e tudo, de Montparnasse até o Louvre (que estava fechado hoje). Segui ao Museu D´Orsay, ali perto. Pensei em tomar um taxi, mas a motorista, uma afro-descendente bem gesticulada e reconchuda, desistimulou-me, verbalizando com irreverência e honestidade, em uma mistura de inglês, francês e algum dialeto, o que, no final das contas, denotou "O mermãozinho, não vou te fazer de bobo, dar uma volta em enorme de carro, se você pode ir a pé... desce, vai lá".

Segui a recomendação, atravessei uma ponte. No caminho pedi a uma senhora para bater uma foto. Agradeci e, alguns passos depois, ela me grita dizendo que deixei cair um anel dourado. Disse que não me pertencia. Ela: "...est de l´or". Centifiquei que tratava-se de ouro, 18k. Entreguei de volta, mas ela insistia para que eu ficasse com a jóia, pois não possuia documentos e , assim, não poderia vendê-la; colocou-me nas mãos com ternura: "bonne chance". Recusei de novo pois, embora no meu país vigore a lei do "achado não é roubado", sabe-se lá qual direito penal os francesas aplicam aos espertos. Quando partia, a dona ainda teve a cara dura de me pedir um trocadinho pra comprar um sanduíche...

Segui ao Musée D´Orsay... Uma fila gigantesca, mas inefável a sensação de encontrar pessoalmente minhas telas favoritas de Monet, Van Gogh e outros.

Com tempo à disposição, segui em busca do Bateau Mouche, prum rolé no Sena. Descobri uma alternativa: o Bateau-bus, que te leva por 8 paradas históricas, com bilhete utilizável pelo dia inteiro.

Assim, passei pela Catedral de Notedame, Île Saint Louis (e aí me recorri ao roteiro de livro- me rendi ao delicioso sorvete), finalizando no Champs Elisées, onde segui direto para o metrô, por conta da chuva fina que caía.

No trem, reparo no cartaz com citação de Paul Valery: Le poème, cette hésitation prolongée entre le son et le sens. Poesia, entrementes...

De volta, finalizei o dia no supermercado, onde o trivial das prateleiras é seção nobre do Zona Sul. Queijos La vache qui rit e chocolates Lindt; cada item não ultrapassa a "bagatela" de 2 euros.

Ah, dia dos namorados, aqui, é comemorado 14 de fevereiro. Contudo, os inúmeros cadeados, com assinaturas e juras de amor eterno, que os casais prendem nas pontes sobre o Sena, reforçam que a capital Francesa é la cité de l'amour.

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