(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

por fim, pelo aterro

o dia descoloria sem vontade
o vento bailava com derradeiros raios solares
a primavera perfumava a ordinária revoada
os reféns da labuta, descrentes, à janela dos coletivos, tomavam pulsantes choques de liberdade

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

acre-doce

tudo se passou em Copacabana
o pai, a avó
o vendedor de quinquilharias
a cantora fracassada da esquina
o inglês, o italiano
o comércio belle époque
e quitinetes art nouveau

tudo continua se passando em Copacabana
como calçadão de ondas 

fábrica incansável de lembranças mais rápidas que os ônibus da Barata Ribeiro
onde a realidade dura estaciona o pé na porta

e, paralelo a isso, velhinhas de cabelo multicolorido se plurificam:
enfim, somos netinhos de Copacabana

sábado, 10 de novembro de 2018

lo que no hay

no me tengas
pues soy lo que te quedas
el vacio que te llena ganas