Copacabana está invadida por pessoas de todos os cantos. Autoridades estimam 2 milhões e 300 mil espectadores para a queima de fogos (que durará quinze minutos). Nestes instantes que precedem um novo capítulo de nossas biografias, pensamos sobretudo no porvir: o ano velho merece ser descartado com urgência.
Eu, aqui, penso nos minutos que me restam de 2012 e na melhor maneira de escrever sua última estrofe.
Idiossincrasia pura esmerar-se nesse arremate, enquanto a massa pensa em sonhos e realizações vindouras.
O ano velho padece, satanizado, respirando por aparelhos. Talvez alguém, humildemente, reconheça que foi um bom ano, porque trocou de carro, encontrou um amor ou um novo emprego.
Mas a esmagadora maioria dos despachantes das areias de Copacabana ofertam cobranças ao mar. Querem mais, muito mais; numa sede insaciável de demandas.
Quiçá 2013, cuja numerologia já nos faz torcer o nariz (por conta de tantas maledicências ao número 13) não seja o ano dos sonhos de todos esses que esperam e pedem.
Contudo, a capacidade de desejar transcende à realização, portanto, a frustração é virtude inerente a qualquer sonhador que se preze.
Até que 2013 desperte, desejo a todos que cuidem de 2012: ainda há tempo para que esse capítulo receba um desfecho impecável!
(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Fim-de-tarde
De um lado morre o sol,
em pleno verão.
Do outro, a lua cheia e pálida, aguarda sua hora de estrela.
No meio, o Cristo redimido;
e nas pedras, homens minúsculos aplaudem.
em pleno verão.
Do outro, a lua cheia e pálida, aguarda sua hora de estrela.
No meio, o Cristo redimido;
e nas pedras, homens minúsculos aplaudem.
Mientras
Os casarões dos quadros,
da sala de espera do consultório médico,
não são de Ouro-Preto - já disse o Dr. -
mas de São Luis do Maranhão.
O Maranhão não está mais longe que meu pensamento:
O ano finda, a vida encurta
e os arrobos não celestam como outrora...
"Amo amar o amor"-
vaga idéia que me devora.
Sou mero espectador de mim:
desamando em lotes, à ação do tempo;
como os casarões maranhenses, ruindo na parede.
da sala de espera do consultório médico,
não são de Ouro-Preto - já disse o Dr. -
mas de São Luis do Maranhão.
O Maranhão não está mais longe que meu pensamento:
O ano finda, a vida encurta
e os arrobos não celestam como outrora...
"Amo amar o amor"-
vaga idéia que me devora.
Sou mero espectador de mim:
desamando em lotes, à ação do tempo;
como os casarões maranhenses, ruindo na parede.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Boas Festas!
Que o Natal esteja em todos os dias
com o abraço de quem veioe a lembrança de quem já foi
(ou não quis ficar).
Que no Natal haja sempre:
-presentes,
-embrulhos debaixo da árvore,
-bicleta,
-espera do Papai-Noel.
Que haja Natal em nossos batimentos
ainda que o pisca-pisca apague,
e esteja a ceia deposta
e os entes distantes.
Que o Natal seja presente o ano inteiro:
reiventando crianças.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Sabiá_à_mente
sábado, 15 de dezembro de 2012
Quando eu poemo
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Estabilidade
"Tempos Modernos", imagem do Google. |
O tempo estável: sol sem nuvens.
A vida segue estável: não troveja, paletó na cadeira, crédito consignado,
prestações em dez vezes sem juros...
Estável - quando nada acontece.
A estabilidade é um projeto de vida letárgico da geração que tem preguiça de sonhar.
Que tem medo de risco;
Que tem medo de chuva;
Que não suporta a própria dor.
Estável é quem respira por aparelhos!
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
Fígado
Minhas emoções corroem o fígado,
justamente órgão que não sente dor.
O hepatograma acusa filigranas
(do que ganhei e perdi)
circulam morbidamente por artérias e veias...
Sou herdeiro de mim, meeiro das comunhões que vivi.
No fígado residem meus ex-amores.
justamente órgão que não sente dor.
O hepatograma acusa filigranas
(do que ganhei e perdi)
circulam morbidamente por artérias e veias...
Sou herdeiro de mim, meeiro das comunhões que vivi.
No fígado residem meus ex-amores.
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