(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Emotions
Em clima de romance (ou não)
no final dos anos 70, início dos 80
um casal nos concebia ao som...
Emotions.
Imagine o que tocava à época na rádio;
Imagine o som que te perfaz.
As emoções transcedem o audio estereofônico de 78 rotações;
cortam tímpanos de quem foi projeto:
hoje pulso, sou vida.
(Aos sons que me concebem uma saudade infinita)
Que os recalques se explodam!
Antes do ato, já esperas o aplauso.
Tuas gargalhadas são gravadas, como em seriado americano.
Teu stand up comedy anda mal das pernas...
O recalcamento sustenta o teu seio.
Sem ele, teu decote é uma lona desarmada
e as setas de tuas tetas desapontadas...
Não faz sentido o escândalo
porque o público conhece cada marcação desse palco;
as cenas conduzem à não-surpresa.
Que se explodam os recalques que aprisionam:
atores em papéis,
à mercê de dramas desdenháveis.
Tuas gargalhadas são gravadas, como em seriado americano.
Teu stand up comedy anda mal das pernas...
O recalcamento sustenta o teu seio.
Sem ele, teu decote é uma lona desarmada
e as setas de tuas tetas desapontadas...
Não faz sentido o escândalo
porque o público conhece cada marcação desse palco;
as cenas conduzem à não-surpresa.
Que se explodam os recalques que aprisionam:
atores em papéis,
à mercê de dramas desdenháveis.
sábado, 25 de agosto de 2012
Beira-Rio
Meu mundo é pequeno, senhor...
e me amanhece com um tapa
quando me há sumo (caju)
no café da manhã.
O rio corta o chão, às costas do meu quarto
suas águas turvas já não contam histórias
do que lhe possa ter, um dia, o corrido
As rãs e os sapos batem papos em retirada;
a vida cursa em completa banalidade
bananeira à margem
(a)lento ao re(lento)
Desinteresseiradamente no cá lendário
volta-e-meia a sós, só de ida
delongas e prosas ao estuário
a mera hora é de lida.
e me amanhece com um tapa
quando me há sumo (caju)
no café da manhã.
O rio corta o chão, às costas do meu quarto
suas águas turvas já não contam histórias
do que lhe possa ter, um dia, o corrido
As rãs e os sapos batem papos em retirada;
a vida cursa em completa banalidade
bananeira à margem
(a)lento ao re(lento)
Desinteresseiradamente no cá lendário
volta-e-meia a sós, só de ida
delongas e prosas ao estuário
a mera hora é de lida.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Panta Rei
O rio Nunca
o mesmo
à montante
se reinunda
já que a esmo
há funda
outra fonte
Às vezes, se me lembro ou Rio,
certo é que sempre passa.
A vida, à beira, espera.
Mas o curso muda,
a água enturva
margem encurta
Toda história furta quando encontra o mar.
o mesmo
à montante
se reinunda
já que a esmo
há funda
outra fonte
Às vezes, se me lembro ou Rio,
certo é que sempre passa.
A vida, à beira, espera.
Mas o curso muda,
a água enturva
margem encurta
Toda história furta quando encontra o mar.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Meditação
Medito, sem querer, quando:
-carimbo, enumero e certifico;
-vejo o verde;
-sou semovente pelos campos;
-deito na areia escaldante.
Se penso, logo, não medito.
Existir é não meditar.
Abandono minha existência inquieta se deixo de me pensar.
Não sou fruto do que penso, nem meus pensamentos me frutificam.
Às vezes, somos meros correspondentes;
noutras, nem entendo a ideia que me entrou sem bater.
Quisera ser o dono do meu pensar!
Mas há a musa, o trabalho, o final de semana...
O pensamento é filho do vento e eu nem quero saber de tempestade.
A meditação pode nos arrebatar sem treino, ao acaso, por mero esquecimento.
Assinar:
Postagens (Atom)