(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quinta-feira, 21 de maio de 2015

a borboleta urbana

a borboleta branca pousou no sangue do ciclista morto
depois, arremeteu do arbusto que imaginou árvore
seguiu ao dorso do cão encoleirado
Iludida com sinal verde, arriscou-se ao lado oposto da Avenida Nossa Senhora de Copacabana através de ônibus truculentos
pousou dois segundos nos ombros fatigados da senhorinha

tomou impulso e sobrevoou a gente apressada:

buscava incansavelmente alguma flor perdida no asfalto

quinta-feira, 14 de maio de 2015

a_moroso

Imagem do Google

amor não é medida de trocas e perdas
é sabedoria de esperas,
paciência à quimera:
aceitar o que não tem pressa
e talvez nunca chegue

sábado, 2 de maio de 2015

Pret-à-porter

as poesias estão:

na nuvem
nas sombras da árvores
e no sol também 
nas ondas do rádio
na chuva ou na praia
na igreja ou na descrença 
na alegria e na demência

em tudo há
poesia pronta
pra pegar e alargar

Distante

Helicóptero, Leonardo Da Vinci

longe de casa
entendo que não há casa
todo lugar é asa
de onde se pode voar