sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
O café da padaria velha
Por aí
terça-feira, 26 de novembro de 2013
España del corazón
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Tonelero
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Depois da chuva
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Ah, se soubéssemos o que há depois das chuvas...
sábado, 2 de novembro de 2013
Sobre os muros
sobre o concreto que me resta,
vejo o horizonte perdido
da liberdade que me presta.
Depois de murros em muros,
encontro amoreiras nos dois lados:
aqui, raízes obreiras;
ali, os frutos, que serão passados.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Obliteração
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
À senhora secretária
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Dona Eugênia foi, durante muitos anos, secretária da companhia Telefônica. Viúva de um casamento sem filhos, habita sozinha seu apartamento na Tijuca, patrimônio adquirido mediante financiamento de décadas. Durante os meses em que quitava as parcelas, compartilhava uma sociedade estável com seu Hermínio, militar de baixa patente. Quando ele faleceu, repentinamente, sentado sobre o vaso sanitário, o apartamento já estava quitado, mas a aposentadoria dela não seria suficiente para custear os gastos mensais com remédios para pressão. Foi então que Dona Eugênia se dispôs a retornar ao mercado de trabalho, como secretária no consultório da Médica Cardiologista, conhecida de anos do casal. Dona Eugênia hoje compõe a agenda de consultas com mesmo esmero da jovem iniciante da Companhia Telefônica, como se o ofício lhe fosse inato. Todos os dias, integra ônibus, metrô e curtas caminhadas, da rua onde mora, na Tijuca, até o consultório em Copacabana. Entre a jovem e a velha secretária, há um breve intervalo de alegrias e tristezas ordinárias. A velha, habitualmente, reconhece-se jovem, crendo na mesma metodologia de trabalho que aprendeu, nos valores que recebeu dos pais e na pouca importância do dígito "9", que deve anteceder os prefixos de celulares a partir desta semana. Dona Eugênia, em si, sempre foi a mesma, apesar da erosão do tempo e das chuvas.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Trocador
sábado, 19 de outubro de 2013
Saravá, Poetinha!
Pois a poesia não mora em letras ou estantes,
mas pousa no ar!
Vinicius é Poeta que canta,
o verso cujo encanto eterniza sair da boca
e se lança, cavaleiro, aos olhos da amada.
Não se perde em busca:
levemente beija a delícia do encontro.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Sob a chuva
domingo, 13 de outubro de 2013
Garotice
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Sócio-atleta
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
sábado, 5 de outubro de 2013
Pílula do dia seguinte
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Primeiro lustro!
Para comemorar seu primeiro lusto, o HB! reapresenta seus textos de aniversário:
Primeiro Ano Haja Bossa
Aniversário (HB ano III)
4 anos do HB!!!
E assim, seguimos.
Sobre as épocas
domingo, 22 de setembro de 2013
Reclame
Re-clame!
Fale menos de si e mais do mundo
Fale menos de glórias e abrace o segundo
pois a verdade não habita a espuma; está lá no fundo.
Perca-se, erre-se, deite-se e dane-se:
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Raio X
Pronto-socorro
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Maktub
Um dia será a estrada que outro seguirá contrafeito.
Pose de poeta
É como um terno branco, que deixo no armário para ocasiões excepcionais.
Quando me visto, sigo a minha festa solitária na qual só valem as minhas percepções. A gramática é minha e as importâncias das coisas também.
Não tenho pose de poeta: sou funcionário público simples que bate o ponto todo dia.
Percorro a normalidade de um transeunte qualquer. Ninguém pode apontar que ali vai um poeta.
Poesia é coisa muito minha;
quando escrevo, interessados podem ver os resquícios.
Mas se não virem ou ainda que eu nada escreva
seguirá a poesia em seu estado mais fenomenal:
a potência.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
Meia-lua-inteira
o simples rasgo de luz ilumina,
mas é o breu que lhe faz meia-lua-inteira.
sábado, 7 de setembro de 2013
Túnel Velho
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Ao que me fui
Eu Aranha, por meu pai. |
Quando era menino sonhava ser grande.
A falta que nos move
Somos repletos de ausências:
dos amigos de infância, dos entes que não estão mais nas reuniões de família,
Ao velho causídico
terça-feira, 3 de setembro de 2013
What's up, soul sister?
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
maiêutica do poema
domingo, 25 de agosto de 2013
Dream Theater
Ele tão quanto.
(mas se esforçava, por mágoas remotas, em aprender a ser canalha)
E assim, ela lhe condicionou intimidades sem que se despisse totalmente,
pois sabia que ele não voltaria mais
e que era bastante sincero.
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Epifânia
Clair de lune
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Me, myself and I
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Funk-Ostentação
um dia crônico, uma crônica.
domingo, 11 de agosto de 2013
Começo
Imagem do Google |
desconheço meu começo
Entre e tantos
Entre não.
-sozinhos.
Brisa
sábado, 3 de agosto de 2013
Copa bacana
Teatro em Copa, Rodolpho Saraiva |
Nesse palco de areia
terça-feira, 30 de julho de 2013
Dev(e v)ir
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Reacionarismo
sábado, 6 de julho de 2013
(C)alma
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Odete
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Saudosa Miloca
Ela foi a avó que permitia o impossível, nos presentes mais caros: Castelo de Grayskul, bicicleta, computador; nos passeios ao Rio Sul, Mesbla, Sears. Na adolescência, minha maior alegria era que passasse uns dias em Teresópolis e comentasse dos vizinhos, parentes e, me fizesse rir tanto quando lhe perguntava se algum quitute estava bom e ela respondia na lógica negativa: "não está ruim não". Por tantas coisas, era muito difícil conviver com ela: se foi avó divertida, seus sobressaltos assustavam os filhos. E carregava dentro de si a centelha da insatisfação humana, que com o tempo, foi se agravando; mas sua personalidade resiliente a tornava imune à ação do tempo. Sempre com boas feições, nunca padeceu de doença grave; viveu saudável até o fim, embora sempre clamasse pelos créditos de seu filme. Desde os setenta e poucos já resmungava "já tô fazendo biscoito, não quero ficar enchendo vocês muito tempo não". Mas o tempo lhe concedia mais e mais, ironizando suas súplicas.
Só nos últimos três anos percebi que ela foi se exaurindo vagarosamente, nas idéias, nas certezas. Restava uma teimosia cíclica e repetitiva, com a qual a discussão era inócua. Nos últimos meses, senti minha avó se esvaindo.
Ontem ela partiu e me caiu a ficha que àquela personalidade forte não foi concedido o dom da imortalidade.
A parti daí me doeu, senti a perda, já calculada, mas ainda não sabida.
Ocorreram tantas fotos, falas, imagens, possibilidades.
Nunca houve graça no Natal sem ela; as reuniões de família tinham outro teor.
Tudo isso fica latejando em mim, num desarranjo, numa absoluta incapacidade de transmutação.
Não sei se posso resumi-la a lembranças, porque o improviso de suas tiradas eram a maior arte.
(...)
Enquanto isso, um grande amigo meu teve uma filha. A vida aponta novos atores.
(...)
Uma foto nossa desponta no porta retrato digital: eu, vó e minha afilhada, ainda bebê.
As gerações se sucedem, mas nada se substitui.
O doce de laranja-da-terra é improrrogável.
A morte não transforma, esfacela.
Mas após o fim, saudade me resta, saudosa:
-Saudosa Miloca!
segunda-feira, 24 de junho de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Exteriorano
com olhar atento aos mundo que me é extremamente (des)importante...
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Tango
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Media luna
No lo sé...
sábado, 25 de maio de 2013
Marejados
curtindo o retorno inefável das ondas
(que bate em mim como se eu fosse areia)
Hesitei um mergulho;
mas meus olhos foram e voltaram:
marejados.
despedida
"des-pedida":
abdicar aos pedidos, súplicas, velas acesas...
e seguir sorrindo
como se esbarrasse breve com um amigo na calçada
quando perco tudo
e sobra nada
eu ganho: vida,
minha asa, minha liberdade!
segunda-feira, 6 de maio de 2013
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Aos dezenove
terça-feira, 16 de abril de 2013
Por aí
de que possa me apropriar,
mas na minha ideia.
domingo, 14 de abril de 2013
Pólen-amor
e o que os unia:
pólen.
Entre o terno e o absurdo, espalha-se, fazendo campos floridos, dizendo ao vento:
sou pólen-amor...
segunda-feira, 8 de abril de 2013
domingo, 31 de março de 2013
Eloqüente
O poeta dizia o que não cabe em palavras...
tentou e engasgou.
À beira do mar, todo pensamento a onda leva
e a maré vai subindo até marejar os olhos!
Nessa maresia, o poeta é estátua muda,
aquém do mar da compreensão,
refém de uma pose para foto com quem passa pelo Posto Seis...
e se senta dois minutos ao lado do Drummond.
sábado, 23 de março de 2013
vastidão
Imagem do Google |
o mundo é tão grande, amor
tanto bares, tanto mares, tantos ares...
e desencontros, as maiores probabilidades
encontrar é acaso
o que (re)buscava
quando desamarrei os cadarços e tropecei
sou despropositado em tudo o que faço
nem atino quando o destino me apronta um laço
meu tempo e espaço têm a miudeza do que sei
sexta-feira, 22 de março de 2013
Caminhos e preposições
Sem proposição, quedamos.
Sem preposição, nem um passo vamos...
Para onde o pé alcança;
aonde a língua estica o céu...
da boca
outra.
A preposição movimenta caminhantes,
e cimenta os retirantes que engolem as letras do caminho.
terça-feira, 19 de março de 2013
Conserva
segunda-feira, 18 de março de 2013
Biográfico
vista da janela do Trabalho, por Rodolpho Saraiva |
De todo tempo que a passei a esmo,
tentando ser eu mesmo,
ainda pago juros.
Então, serventuário: virei potencial-homem-sério.
Antes, errante demais, a mim e às mulheres;
mas muito mais genuíno,
como se fosse menino,
ainda me carrego assim.
Sim, ainda que perca dias à espera,
eu juro:
-farei juras.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Urbi et orbi
quinta-feira, 14 de março de 2013
sábado, 9 de março de 2013
Pole-amor
Depois do monoamor e de poli-amor, a moda agora é:
Pole-amor,
no pole, amor...
sobe-desce até o céu!
terça-feira, 5 de março de 2013
Entre nous
rien de rien.
Entre nous, il y a le feu,
que às vezes queima, às vezes brasa.
Quelque chose comme...
melhor nem pensar!
Eu te penso numa ida e vinda;
numa vida:
como se já fóssemos, já tívessemos ido.
Mais, nous ne sommes pas encore.
domingo, 3 de março de 2013
Ímpar
E tanta gente por aí,
que é mais gente quando leva uma pequena pela mão...
Eles in pares;
eu - ímpar.
Calço dois pares,
e ando um-pois-um.
sábado, 2 de março de 2013
Walking Arround
esbarrando em transeuntes.
Cada cara é a capa de um livro que já me diz logo:
um enredo de angústia, espera ou alegria.
Os prédios de concreto escurecido,
e aquelas casas de comércio, com mostruário antigo, desbotado, esquecido...
As ruas percorrem caminhos de lembranças,
que não são nossas, mas nos permeiam.
O poeta atravessa, como se por acaso, usando técnicas de briefing...
Na sua retina se vê a rotina do olhar atento à desimportância.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Enseada
O escuro não assola o dia,
que virá sem saber...
A beira é começo e fim:
é mar em terra firme...
enseada.
Começo comigo e me findo,
vivo à minha arte;
pois sou de tudo um pouco o que me beira,
até esbarrar em alguém,
até cair em mim!
Debilóide
Enquanto trabalhas o deltóide
teu músculo principal atrofia.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Dopamina
aniquila a pretensão de ser só,
o querer só ser.
É proibido ser mais um na multidão:
há que se estar acima!
E, pra isso, hemos de tomar dopamina!
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Coração em desalinho
Amar variadamente,
amar intensamente,
amar imensamente.
Amar:
há mar
ah, mar
ao mar.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Luto
a vida nos conspira o luto:
tudo que fica é resto.
Se resta o caminho,
o passo é dissoluto.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
D d´ilhado
com primas desusadas, pausadas e mudas
De repente há corda
o repentino som assola
o silêncio, então, viola
Sonho tanto em te tocar
até que esta arrebentação
meu sonho em sol te acorde
Sonhei com uma poesia
que assim formava:
um verso terminava num;
outro, então, começava...
Continuísmo sutil, numa transição sampleada...
Mas já nem lembro...
-O sonho acorda e a rima finda.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Sumideiro
Ando por aí, sumindo...
Viver é a arte de desaparecer aos poucos...
Sumir é uma arte,
de traços mínimos da maior expressão.
Assim, aquieto ao relento
ouvindo grilos e um grupo de seresteiros que violam sambas canções...
Nós unidos pela harmonia do sumiço.
Carinhoso
e, enquanto houver lágrimas, chorando.
Pois eu amo o choro
que chora comigo, tão amigo
o carinhoso que sou,
de aura pura.
Eu sou um homem que chora
e enternece à toa!
sábado, 2 de fevereiro de 2013
O Rio e o Riso
O Rio esqueceu do riso
daquelas praias verdes
do vivo o morro sem ranger os dentes...
O rio é riso, não gargalhada
É batucada, sem te(n)são de pancadão...
O Rio que não tem bossa e não se ouve, não sabe sorrir uma tarde à toa...
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Cabimento
Não tem cabimento
essa história de querer;
somos o que pudemos:
Eu te caibo, você me coube...
E assim atores,
fazemos amores
do que é só:
Encaixe.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Centelha universal
Os grãos dessa colheita espalharam-se por todo lado.
Até aqui.
O chão dessa lavoura é sempre o mesmo: mudam-se os pés.
Meus pés caminham no plantio orvalhado que logo me matará a fome...
Os chãos, os pés, as mãos...
tudo é arranjo
da centelha universal que nos une.
Vinho-doce
Sorvo o vinho doce...
Como no amor, quero inebriar adoçado, sem secura...
A austeridade forma adultos,
desmonta crianças,
dilacera adolescentes.
Eu vinha austero;
veio o vinho e mudei.
Eu quero o açúcar mais gordo que possa haver:
Nas bombas de chocolate, nos vinhos baratos, nas frutas, flores...
Nas damas.
Sobre a chuva fina
Mas se da janela olho, a serenidade de mim se apropria.
Todas as mazelas, suspensas no ar, escorrem pelas calhas.
As ruas estão limpas.
As pessoas aquietam em seus cantos, desprovidas das urgências de um dia de sol.
As lavouras resplandecem.
A chuva fina me faz crer numa orquestração invisível dos acontecimentos...
domingo, 27 de janeiro de 2013
Stoppage
Paro pra fazer poesia...
então, paro de fazer poesia.
(aquele verso me acelera)
Se não paro, não poemo;
se paro, deixo de poemar.
Não consigo respeitar as leis de trânsito!
Revival
menores os amores que me passaram.
Hoje acertaria todos os meus erros
e me encontraria por onde desencontrei.
Mas não sentiria daquele jeito...
Não amaria tanto!
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Paraíba
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Expectativa de_vida
A vida é uma... Dívida.
Vou quitá-la aos setenta,
Entrar na compulsória
E ver as cataratas.
Avenida Atlântica
Sou um realista bêbado;
quando o dia morre, a noite me socorre.
Todas as ilusões são passageiras:
duram até a luz chegar.
Amor, amor, amor:
é minguante em noite turva...
...
Rola um programinha?
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Livraria Cultura
ávida em cartaz:
-filmes pornográficos para adultos;
-exposição dos Impressionistas;
-balé no Municipal;
-ambulantes vendedores de inutilitários, como a luva em forma de pato e o fabuloso ralador de legumes;
-malhas históricas sob nossos pés: chão que já foi colônia, império e república.
Hoje estou defronte à nova Livraria Cultura da Senador Dantas,
com incontáveis livros, dentre os quais o meu, por encomenda, em quinze dias.
A vida é como o Centro e a Livraria Cultura:
livros em prateleiras ou por encomenda
cujas histórias sequer serão lidas,
mas sempre acessíveis ao aguçado senso de observação.
Gregários
Fazemos nós ainda que separados.
(e caminhamos com cadarços desamarrados)
O laço ata e desata por desatino do destino.
Somos gregários:
calçamos em pares,
pisamos nos pés que nos dançam
e tropeçamos naqueles que pisamos.
E sempre assim seguimos.