(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quinta-feira, 21 de maio de 2015

a borboleta urbana

a borboleta branca pousou no sangue do ciclista morto
depois, arremeteu do arbusto que imaginou árvore
seguiu ao dorso do cão encoleirado
Iludida com sinal verde, arriscou-se ao lado oposto da Avenida Nossa Senhora de Copacabana através de ônibus truculentos
pousou dois segundos nos ombros fatigados da senhorinha

tomou impulso e sobrevoou a gente apressada:

buscava incansavelmente alguma flor perdida no asfalto

Nenhum comentário:

Postar um comentário