(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ás de paus



A maior invenção do mundo:
do atrito à faísca.
União consumativa:
o fogo nos une até cessar.

Máxima número um

Você não é

o que você pensa
o que você come
o que você sente
o que você conhece.

Você é o que você se safa.

sábado, 20 de junho de 2009

Morena-dos-olhos-d´água

Quando sua maré se enche
fico por baixo
das incertezas
que apertam o seu passar.

E se desvio, quando espia
é porque gosto de vê-la sem me notar:
minha apnéia,
cara-a-cara com teu mar.

Aí nesse pé-pé de ondas
Você se aborrece
"ah... cara, vê se me esquece"
(porque sou temente de me afogar).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

No meio da lagoa

Pedalei até alçar
um pedaço de nada
no meio daquele todo.

Cristo, morro
prédios, luzinhas no escuro
estrelas caindo
carros zunindo.

de repente, fiquei
particular e universal
solitário e acalantado
ermo no seio do movimento.

Pulsei alguns minutos
nesse cenário quase batido
encontrei um canto:
em meio a isso, sobre as águas.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lapsos

Encontraram-se
lapsos
somaram-se
bem fundo.

Encantados:
sem ambição de preenchimento.

domingo, 7 de junho de 2009

Flerte introvertido número dois

Descoberta sorrateira de olhos
que te olham
num átimo
se perdem de ti.

E já arrefece, fenece...
-não, esquece!
Treloso,
foi só pra incitar.

Estímulo gostoso de não querer avançar.

Ralo

Pelo ralo, foi-se nosso amor
e as certezas universais
escoadas com singeleza
à borda, um rastro.

Solidão
é um vazio que se nos preenche
o invevitável raso
do que já foi sem nem ser.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Introspecto número dois

Intimista-brincalhão,
em marés tão suas
ao largo dum oceano:
dans son île.
Remoto,
não se lhe interrompe:
buzina, grito, nome que chama.

Imanado em si.
Aventura introvertiva nas entranhas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Enfim, beijo!

Desencontradas mãos
palavra palpita
hesita...
e falta!

No abismo-entendimento
fez-se ponte:
enfim,
beijo.