esconjuro!
o amor é uma linha
que estica
ao retorno
e se juro que não jurarei
amanhã respondo perjúrio
esconjuro!
o amor é uma linha
que estica
ao retorno
e se juro que não jurarei
amanhã respondo perjúrio
Copacabana não me engana. Tantos ônibus, vizinhos ruidosos, personagens de todos tipos. O inferno ao céu em poucos andares. Ruas apinhadas de gente. Velhinhas mirando a laser meus calcanhares quando arrisco o Supermercado Mundial. Todos com tanta urgência pelas ruas, rosentando ao sol da manhã que já não bate à janela. Cotidiano crônico e cronista, quase não se abre mais a poesia.
Até que rádio me toca:
"Copacabana esta semana o mar sou eu"
"Estilhaços sobre Copacabana/ O mundo em Copacabana/ Tudo em Copacabana Copacabana"
"Um só lugar para se amar: Copacabana"
E a antologia me abre:
"Olhos verdes, de ondas sem fim./ Por quem jurei de vos possuir, Ai Avatlântica!"
"O preto no banco/ A branca na areia/ O preto no banco /A branca na areia/ Silêncio na praia/ De Copacabana"
Um átimo de poesia. A vizinha do quinto andar manda o reclamante do segundo arrumar o que fazer, que se ocupe da felação com a esposa.
Retoma, então, a crônica reinante.