(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

aqui e agora

sobre o tempo em que se comiam salgadinhos em festinhas de família
sobre aquele vento que batia à goela e gelava a espinha
sobre o sonho-nuvem que preferia olhar de longe
e o que buscava no fundo da íris e não via

eis a sinopse do meu último segundo

chá das onze

Minha avó sempre nos comprava panos de prato. Trazia aos montes. Minha mãe sem entender para quê tantos, achava exagero. Hoje, com o pano gasto que enxugo a xícara de chá lembro dessa estória e me dou conta que ninguém mais pensou em comprá-los a desde que minha avó morreu. Ela sabia que isso iria acontecer e preparou o estoque.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

despertencimento

é a casa que me habita
não pertenço à cous'alguma
cabe-me o que não tem domínio
e também caibo à nulidade, à amorfia, ao vazio impróprio - que tudo pode ser