quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
Oitenta e oito
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
ora, bolas
sábado, 7 de dezembro de 2019
cuotas sin interés
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
toda via es caminho, todavia hay camino
sexta-feira, 15 de novembro de 2019
espelho, espelho teu
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
segunda-feira, 4 de novembro de 2019
sexta-feira, 1 de novembro de 2019
que horas são
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
cala_frio no super
sob a primavera fria
a rootina engatinha
meu pensamento sem ignição
corto meu desejo de silêncio
tossindo como o cão
humanóides caçam amores nas gôndolas
a música do rádio é antiga
o sonho é ontem
o amanhã é mera terça-feira
a fatura do cartão, mobília nova
a cicatriz nos dedos
as impotência d'alma
tudo o que o dinheiro não pode comprar
as segundas frias
ventam verdades cortantes
à beira-mar
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
curriculum vitae
escrevi um livro
ergui minha casa
mas minha maior ambição de homem
é não deixar de ser menino
terça-feira, 10 de setembro de 2019
sobre a década
da rima ao dessarrimo
anima à incerteza
seguirei na mesma?
nada extremamente revolucionário me houve
o Flamengo será de novo campeão
os poemas 'inda prometem uma janela aberta
não há mais cinemateque
mas há mais botafogo
e cinema estação
e ameaças de happy hour
há trabalho e ponto
oras escassas vírgulas
três pontos quase algum
há um mundo por ver
mas já vi Japão
o mar há de me prover?
compro-me o dia de cada pão
há um dia por vir
mas há dias sem porvir
houve choro e vela
nenhuma serenata
houve casas
e casos com que não me caso
houve começo sem término
e segue o erradio intervalo
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
a casa será
sempre
o meu lugar
o novo apartamento, toda madeira,
cimento cimento queimado, porcelanato, embutidos, o velho cofre e seus segredos
bolha antiruído a urbe louca
nenhum artifício se impõe
os vasos e livros que vieram
remontam a velha casa em território novo
como se fosse casco
e eu não houvesse fora dele
nada é tão novo que não possa ser velho
então
está é aquela
o concreto é o mesmo
teto
que abriga
a viga
que arrima
o esmo
terça-feira, 27 de agosto de 2019
aterro
alheio da hora
além dos edifícios
oculto o mar
que em maré
quase morta
da baía
degola o vento com apuro
a liberdade escapa e não há remédio
a senhora busca ao longe
o inculto espia o capítulo
os namorados estão fugidos
os despretensiosos fazem yoga
enquanto loucos remotos à luz do tarde
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
domingo, 25 de agosto de 2019
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
quinta-feira, 25 de julho de 2019
passarim
o canário belga
canta
a plenos pulmões
dentro da gaiola
em meio a prédios
que também
engaiolam
gente
domingo, 7 de julho de 2019
iluste desconhecido
anônimo antônimo da multitude
Antônio é mero heterônimo
do antagonista que atravessa a pista
segunda-feira, 1 de julho de 2019
uva, passas
a ideia que me bate
ou o amor que ascultas
tudo resiste em partícula
particularmente leve
ao sabor de brisas
semeando o futuro incerto
saberá Deus se algo resta
quando não mais fomos?
poderia me estender por aqui
mas prefiro
encurtar
o verso
sexta-feira, 21 de junho de 2019
bailarina II
o cais enluarado
alumia o caos
olhando o nada, vendo tudo:
o que pede passagem
transbordando à tarde
venta à toa a balsa nua
atracada à lembrança
quinta-feira, 20 de junho de 2019
Rio do que não vejo
os transeuntes do Largo do Machado
os frequentadores do café Lamas
os cinéfilos do Roxy
as velhas senhoras e sete segredos à porta
em seus pequenos cofres
cabiam sonhos singelos
e contos de réis
a sacola da casa da banha
o mingau da leiteria mineira
o mil folhas da Cavé
o chaveiro de Nossa Senhora
a velha Atlântica
o Flamengo sem aterro
o areal de Ipanema
os banhos em Paquetá
os casarões do Cosme Velho
o cassino da Urca
as sapatarias da Carioca
adentra às remotas imagens
um sonoro bonde
terça-feira, 21 de maio de 2019
decontruyendome
de que soy hecho?
lo que no queda son mis hechos
los cuales cambiaria en semillas
y pues,
de rodillas
sembraria palavras sencillas
hasta alejar la monotonia
segunda-feira, 20 de maio de 2019
caem co'alma as aves
prostitutas
tanto matutas
tampouco astutas
à avatlântica
vãs
(sem lei nem rei)
todas mudaves
soturnam o tom da lua
essas mariposas das ruas
quão graves decotes ocultam?
sábado, 18 de maio de 2019
descaminho
perigosas adequações me ocorreram
depois do tempo que vivi a esmo
(tentando ser eu mesmo)
arestas tolhidas
até que me volvesse
perfeitamente polido
sexta-feira, 19 de abril de 2019
mientras
uma estrada que leva o amor à terra
uma praça com chafariz e igreja de interior
(suspiro entre dois tempos)
uma reta, uma seta
até o barulho de mato
enquanto cresce
terça-feira, 2 de abril de 2019
sol em áries
ao repente
o sol eminente
arrebente
o breu latente
à luz vigente
precipito um novo começo
ao primeiro raio d'amanhã
meu apartamento novo é virado ao renascente
terça-feira, 26 de março de 2019
vista lateral do mar
a resposta não encara a pergunta
viver é arte do desalinho
do apartamento quitado em planta pela avó
mirando os que tanto passam
- dióxidos ascendentes e aspirantes
habito o hábito, em 2019
estico o pescoço à janela
ao destaque de classificado
espio sem revelar meu estado
a paisagem de afagar meu dia
sábado, 2 de março de 2019
indevassável
quando a estrada de chão não for lonjura bastante
mudo à remota montanha
onde vozes e fumaças não alcancem
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
ultra-passo
desafia o muro à paisagem
aprumando imagem
refletida no além mar Arpoador?