No meu deserto calado
inefável
converto silêncio em dó:
uma nota!
Que dó... ré, em mim.
(jingle do descaso)
que nem sai.
Arde feito pedra no rim.
Suspiração: o sentido que evade.
Cadê o verso?
analgesia de horas incertas
remédio da razão e vontade.
Suplico todos os dias:
se não vier a riqueza do mundo,
que não me neguem versos mirrados:
a paixão da minha vida!
(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Aneurisma
Sou poeta na teimosia de sê-lo, pois o Dr. advertiu-me do risco:
-de estourarem as veias
-dos versos que pulsam no meio
-do coração bombear sem ritmo.
-de estourarem as veias
-dos versos que pulsam no meio
-do coração bombear sem ritmo.
Prelúdio do adeus número um (2004)
Gosto como selecionas as palavras
Gosto, também, como espias os meus versos
[com uma cobiça bem disfarçada]
Gosto dos teus passos calados, relutando em fugir.
Te digo:
-Espera!
De que vale essa pressa descabida?
No teu raio de despedida só vejo estrelas
Há pó de estrelas, de cada verso espanado
e tantos beijos amarrados,
embalados pruma lamúria futura...
E me abraças com esse sorriso,
que se abre com tanto cuidado.
Mas que nada sorri.
Que nada me diz.
[ajoelhado que estou aos teus suspiros]
Gosto, também, como espias os meus versos
[com uma cobiça bem disfarçada]
Gosto dos teus passos calados, relutando em fugir.
Te digo:
-Espera!
De que vale essa pressa descabida?
No teu raio de despedida só vejo estrelas
Há pó de estrelas, de cada verso espanado
e tantos beijos amarrados,
embalados pruma lamúria futura...
E me abraças com esse sorriso,
que se abre com tanto cuidado.
Mas que nada sorri.
Que nada me diz.
[ajoelhado que estou aos teus suspiros]
Tatuagem
Não me seguirá pra sempre tatuada
Pois a intenção distorce o rumo das coisas
E um dia hei de querer apagá-la
Como quis gravá-la
Do mesmo modo:
Se pretendo esquecer,
aí que a lembrança se faz presente
Pra sempre!
Esquecimento forçado é auto-mutilação
Não se faz pela vontade
Senão pelo tempo
Quando te esqueces de esquecer.
Pois a intenção distorce o rumo das coisas
E um dia hei de querer apagá-la
Como quis gravá-la
Do mesmo modo:
Se pretendo esquecer,
aí que a lembrança se faz presente
Pra sempre!
Esquecimento forçado é auto-mutilação
Não se faz pela vontade
Senão pelo tempo
Quando te esqueces de esquecer.
Simétrico
Parnasianíssimo
Não visitastes meus olhos
[e nem o fará]
Mas te sigo temente
Não te desacreditarei nem por toda filosofia desse mundo!
Faço-te oferendas, todas minhas preces.
Gostar-te é religião
transcende às transpirações do corpo.
Tento-te fé
E minha crença pouco te exige
chuva ou sol,
Tudo é bonança!
Mas há dias em que me sinto te amando
e o assunto muda de rumo
entrego à ciência humana:
-Beija-me! Que fazes nesse altar?
[Inquieto por completo
dou-me conta:
cansei de flertar com teu silêncio!
E perdoa-me, pois te fiz um poema]
[e nem o fará]
Mas te sigo temente
Não te desacreditarei nem por toda filosofia desse mundo!
Faço-te oferendas, todas minhas preces.
Gostar-te é religião
transcende às transpirações do corpo.
Tento-te fé
E minha crença pouco te exige
chuva ou sol,
Tudo é bonança!
Mas há dias em que me sinto te amando
e o assunto muda de rumo
entrego à ciência humana:
-Beija-me! Que fazes nesse altar?
[Inquieto por completo
dou-me conta:
cansei de flertar com teu silêncio!
E perdoa-me, pois te fiz um poema]
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Vítima
A vítima faz-se de mira
para que se erre o alvo
da pior armadilha que é:
agir em ilegítima-defesa.
para que se erre o alvo
da pior armadilha que é:
agir em ilegítima-defesa.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Dicção poética
Digo quase abafado
Meu poema é um silêncio-errado
de léguas mais remotas
Sou poeta turvo e urdo
Por um particular
Com aquela moça
Danem-se anseios universais
clareza de compreensão
matemática dos versos:
-Quero murmúrios inaudíveis com você.
Meu poema é um silêncio-errado
de léguas mais remotas
Sou poeta turvo e urdo
Por um particular
Com aquela moça
Danem-se anseios universais
clareza de compreensão
matemática dos versos:
-Quero murmúrios inaudíveis com você.
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Encontro
Cadê o mundo que buscava?
Meus amores, rimas, risos?
Por que corri estradas...
Até chegar ao ponto de que parti:
Encontrei-me com nó no peito!
Meus amores, rimas, risos?
Por que corri estradas...
Até chegar ao ponto de que parti:
Encontrei-me com nó no peito!
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
Dúvida?
Você tem dúvida quando me abraça?
duvido que tenha dúvida
pois eu só tenho certeza
de que é bom e quero você.
duvido que tenha dúvida
pois eu só tenho certeza
de que é bom e quero você.
Sumidouro um
A poesia no meio do caminho
A poesia está no meio do caminho...
Alguns chutam, outros avaliam:
pedra no sapato ou emoção única?
Há muito verso na beira da estrada.
Não é o poeta quem tira patente de inventá-los.
Poeta é quem brinca com essas pedrinhas,
e espalha.
Alguns chutam, outros avaliam:
pedra no sapato ou emoção única?
Há muito verso na beira da estrada.
Não é o poeta quem tira patente de inventá-los.
Poeta é quem brinca com essas pedrinhas,
e espalha.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Poeta abisma
O poeta está à beira do abismo
anda inclinado
vive a abismar a vida
anda inclinado
vive a abismar a vida
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Sobre-tudo
Gosto de falar e brincar de tudo
brincar sobretudo,
brincar sobre tu
sobre-tudo.
brincar sobretudo,
brincar sobre tu
sobre-tudo.
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Interiorano
No meu interior habitam montanhas, rios e árvores
há calmaria de vilas pequenas,
hábito de passarinhos que cantam
terra nas unhas
(natureza que não sou além do chão)
Sou o que me resta:
Interiorano.
há calmaria de vilas pequenas,
hábito de passarinhos que cantam
terra nas unhas
(natureza que não sou além do chão)
Sou o que me resta:
Interiorano.
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Manhã
De repente alvorada em Copacabana me faz despertar
É o dia, é o dia...
Algo novo se sustenta no ar:
Encho o peito de alegria!
É o dia, é o dia...
Algo novo se sustenta no ar:
Encho o peito de alegria!
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Qual a medida do amor?
Esta é a medida do amor:
quem ama não mede esforço.
quem ama não mede esforço.
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
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