(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

Mário Quintana


De repente

Olho-te espantado:
Tu és Estrela-do-Mar.
Um minério estranho.
Não sei...

No entanto,
O livro que eu lesse,
O livro na mão.
Era sempre o teu seio!

Tu estavas no morno da grama,
Na polpa saborosa do pão...

Mas agora encheram-se de sombra os cântaros

E só meu cavalo pasta na solidão.


Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!


Da eterna procura
Só o desejo inquieto, que não passa,
Faz o encanto da coisa desejada...
E terminamos desdenhando a caça
Pela doida aventura da caçada.


O tempo

O tempo é a insônia da eternidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário