(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Dopamina

A multidão alucina,
aniquila a pretensão de ser só,
o querer só ser.

É proibido ser mais um na multidão:
há que se estar acima!

E, pra isso, hemos de tomar dopamina!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Beijo Vegano


Teu beijo
-salvo engano-
tem cheiro e gosto de capim. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Coração em desalinho

O poeta há de amar muito,
há de amar muitas!

Amar variadamente,
amar intensamente,
amar imensamente.

Amar:
há mar
ah, mar

ao mar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Luto

Depois do final absurdo,
a vida nos conspira o luto:
tudo que fica é resto.

Se resta o caminho,
o passo é dissoluto.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Reality

Don´t touch screen.


-Touch skin!

D d´ilhado

Pensava que meu violão já não te tocava
com primas desusadas, pausadas e mudas

De repente há corda
o repentino som assola
o silêncio, então, viola

Sonho tanto em te tocar
até que esta arrebentação
meu sonho em sol te acorde

Sonhei com uma poesia

Sonhei com uma poesia linda,
que assim formava:
um verso terminava num;
outro, então, começava...

Continuísmo sutil, numa transição sampleada...

Mas já nem lembro...

-O sonho acorda e a rima finda.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sumideiro

Ando por aí, sumindo...

Viver é a arte de desaparecer aos poucos...
Sumir é uma arte,
de traços mínimos da maior expressão.

Assim, aquieto ao relento
ouvindo grilos e um grupo de seresteiros que violam sambas canções...

Nós unidos pela harmonia do sumiço.

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Carinhoso

Só os seresteiros sabem:
hei de morrer amando
e, enquanto houver lágrimas, chorando.

Pois eu amo o choro
que chora comigo, tão amigo
o carinhoso que sou,
de aura pura.

Eu sou um homem que chora
e enternece à toa!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Rio e o Riso

O Rio esqueceu do riso
daquelas praias verdes
do vivo o morro sem ranger os dentes...

O rio é riso, não gargalhada
É batucada, sem te(n)são de pancadão...

O Rio que não tem bossa e não se ouve, não sabe sorrir uma tarde à toa...

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Cabimento

Não tem cabimento
essa história de querer;
somos o que pudemos:

Eu te caibo, você me coube...

E assim atores,
fazemos amores
do que é só:

Encaixe.

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