Gosto quando fala em limites
dos minutos e distâncias
como se regessem nosso verbo.
Adoramos o limite:
que te alongo, me alonga.
Eu, teu, de fora.
Você, precipício cada vez maior
e mais e mais, faminto.
quando a fome gigante...
então me jogo: aperitivo.
(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Sertão niilista
Minha praia tá longe da tua
melhor,
nem tenho paia:
habito sertão niilista.
Lá a gota, afoita, é fumaça,
então, não há lágrima.
Faço tudo que apraz,
e me apunhalas como quer.
Cactus abraçados, amando ao avesso
nós e nossas sendas:
avertemos um São Francisco inteiro...
até que nossa canoa não-seja, na linha do horizonte invisível.
melhor,
nem tenho paia:
habito sertão niilista.
Lá a gota, afoita, é fumaça,
então, não há lágrima.
Faço tudo que apraz,
e me apunhalas como quer.
Cactus abraçados, amando ao avesso
nós e nossas sendas:
avertemos um São Francisco inteiro...
até que nossa canoa não-seja, na linha do horizonte invisível.
Injeção niilista
Mais ausente me sinto presente
sabotagem no teu peito
vazio, que nada!
espia da janela: tudo que passa não te será mais.
Injeto, sim, angústia
até que seja grito, e me alucine
saia doida, bêbada
traseunte da madrugada.
Quero que seja nada, sinta nada.
Não sintas.
Assemia só,
ao léu esquecida.
(Parei, faltou farinha.)
sabotagem no teu peito
vazio, que nada!
espia da janela: tudo que passa não te será mais.
Injeto, sim, angústia
até que seja grito, e me alucine
saia doida, bêbada
traseunte da madrugada.
Quero que seja nada, sinta nada.
Não sintas.
Assemia só,
ao léu esquecida.
(Parei, faltou farinha.)
Niilismo em pós
O sofrimento niilista, por nada...
pó-de-nada,
que faz espirrar.
A balada niilista,
uma vibe sem artista,
ninguém se vê nem pega.
Uma linguagem niilista:
eu aqui, você aculá,
e a gente briga toda hora de se desencontrar.
pó-de-nada,
que faz espirrar.
A balada niilista,
uma vibe sem artista,
ninguém se vê nem pega.
Uma linguagem niilista:
eu aqui, você aculá,
e a gente briga toda hora de se desencontrar.
Recurso
Ontem me encontrei pela rua
não me expliquei a volta
dos 360,
de impossibilidade de ser além do que é.
(Apud Clarice, Veríssimo...)
Noutra calçada, me revi seguindo
mesmo caminho:
hoje, prédios espelhados cercam as calçadas!
Carecente como outrora.
Aquela alma remete essa na inquietude.
Essa, só mais ciente da força do vento:
se tão forte, nos desarruma rumo novo.
não me expliquei a volta
dos 360,
de impossibilidade de ser além do que é.
(Apud Clarice, Veríssimo...)
Noutra calçada, me revi seguindo
mesmo caminho:
hoje, prédios espelhados cercam as calçadas!
Carecente como outrora.
Aquela alma remete essa na inquietude.
Essa, só mais ciente da força do vento:
se tão forte, nos desarruma rumo novo.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Versão
Versão única,
toda minha
do fato, da vida.
-aquilo é azul!
Versão tua,
às vezes parecida,
mesmo fato, outra vida.
-aquilo é amarelo!
Versões cruzadas:
correção cognitiva,
verdade? tão só, verso:
-isso é verde!
toda minha
do fato, da vida.
-aquilo é azul!
Versão tua,
às vezes parecida,
mesmo fato, outra vida.
-aquilo é amarelo!
Versões cruzadas:
correção cognitiva,
verdade? tão só, verso:
-isso é verde!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Azulas
Todas as sensações
Das mais azuladas
Dos céus cerrados
Dos mares depravados
Resides nesses tons:
das coisas e flores blues.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Precipício
Queria que nos amássemos
por precipício
pre-ci-pi-ta-ção
(regra que foge à exceção)
precípites:
você se joga, eu também.
por precipício
pre-ci-pi-ta-ção
(regra que foge à exceção)
precípites:
você se joga, eu também.
domingo, 11 de outubro de 2009
O Sapo
Coachando sincopado
bemol e sustenido
em pulo abstido
um cu-ru-ru ritmado.
Por que ficas à beira da paisagem?
-Sapo-modernista gosta mesmo de estiagem!
bemol e sustenido
em pulo abstido
um cu-ru-ru ritmado.
Por que ficas à beira da paisagem?
-Sapo-modernista gosta mesmo de estiagem!
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Paisagem número dois
Como rio que deflui
Invenção tua, imagem
meus olhos maioresInvenção tua, imagem
já te cabem.
Redunda,
essa beleza total:
minha paisagem.
essa beleza total:
minha paisagem.
Estranhos
Avesso de mim vejo
estranho me observa:
outro,
de manias incômodas.
Encontro,
mais perto
desentranho, inferno!
Estranhos somos espelho.
estranho me observa:
outro,
de manias incômodas.
Encontro,
mais perto
desentranho, inferno!
Estranhos somos espelho.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Qué es?
No sé qué es
Pero me gustaria saber
lo que es
Y compartir al mundo
Me gustaria decir: es una estrella
- o cualquier cosa que se pueda ver-
Pero no es.
No veo:
Mi corazón sufre miopia
Pero me gustaria saber
lo que es
Y compartir al mundo
Me gustaria decir: es una estrella
- o cualquier cosa que se pueda ver-
Pero no es.
No veo:
Mi corazón sufre miopia
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