(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Medo da escola

Hora da escola
Há que se ter rotina,
assumir responsabilidades
traçar metas para realizar os sonhos...

que sonhos?

esforço é fundamental
com disciplina, estudo, trabalho
em busca do sucesso.

sucesso?

Quanto dos sonhos são nossos?
Qual sucesso que nos satisfaz?

Agora entendo meu medo da escola,
hoje com outras formas e feições, mas de mesma essência:

-Era dúvida libertadora das certezas que aprisionam.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pretérito

O sabor das expectativas retrovertidas

Olhar reverso de toda espera
Álbum de retrato
Paisagem com lago tranqüilo

Todo silêncio, salvo o disco que se quer
(os pavores arrumados na gaveta)

Narrativa em terceira pessoa:
a gente vendo longe
mas sentindo perto

-O presente bom que se delonga.

sábado, 16 de abril de 2011

Anseios

meus anseios incansáveis
caminhos infindos que a alma traceja...
 
mas meu corpo carece repouso
minhas pernas suplicam exaustas.

sábado, 9 de abril de 2011

Wireless

Estou conectado a você
sem fio, sem cabo
sem abanar o rabo
à minha dona.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acômodo

O acômodo é o incômodo que tem medo de gritar.

My Cloud

Ser vida que não pára
mais quero quem preciso
casar uma frase é viver amor
o azul nos delega o necessário

Passáros tantos voando na cidade
Sumicity rompe o anil: Galiotto
vinho gauche de ameixas
grandes cores do meu desejo

passagem do espírito, fogo
espia estranho coração de fel suave
pedaços de poesia a gozar eternidades.

Aplaudo das horas a passagem
com calma, loucura, exagero
tecendo flores à minha mensagem.

Paquequer

O Paquequer tem o curso certo da minha vida:

-brota onde nasço;
-corre por onde passo;
-finda quando morro:

no mar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Domicílio

minhas asas fatigadas
das penas de si
da sobrevida do vôo
do sobrevôo da vida

tudo por cima é minúsculo,
mas ao músculo importa:
a terra à vista,
e a miniatura de casa que se pretende habitar.

sábado, 2 de abril de 2011

Poeta e seu caráter



Poeta não tem caráter;
é soma de caracteres.

Para formar versos
ama uma qualquer.

Idiossincrático número quatro

Não tenho tempo a perder
trago em mim estrelas perdidas
impaciência de séculos
rastro do que poderia-ter-sido.

Qualquer mágoa, dúvida ou retiro é contra-fluxo.

Piso fundo na pista da esquerda.

Andar de mãos-dadas exige certezas distantes.
pois corro em busca
por cada fresta.

Até lá:
alimento minha fera,
acelero minha pressa.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Geminiana

Amar a ti é querer tantas...

heterônimos que são:
geminiana.

quisera tê-las toda
e tuas tantas me amando.