Louva Deus, por Rodolpho Saraiva |
De novo, o "sempre-novo", que já põe a novidade em dúvida. Mas é o propósito que nos faz zerar o cronômetro e abrir páginas novas. Ficção de que tudo pode ser diferente. Acalanto de encher o peito. Embora se saiba, de ante-mão, dos limites. Felicidade é muito menos concretização do que se quer. Felicidade tem um quê de arrebatamento, de surpresa. E surpresa não se pede: fica prevista. Então, nada dessa mendicância "simpática". Deixa fluir! 2010 terá ondas curtas e gigantes. Cabe ter competência para surfar direitinho. Afinal, nossa responsabilidade é que define. Não há infortúnio tão malvado que nos prive da responsabilidade ser livre. Ainda que só reste pensamento; ou esse parágrafo; ou um suspiro. Com liberdade, felicidade sempre será possível. Portanto, é melhor não pedir tanto: o pedido restringe o porvir. E se perde de vista satisfações melhores, mais livres, que ainda nem foram pensadas.