(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

domingo, 29 de janeiro de 2012

Retromania


O futuro é coisa do passado.
O presente se repete, num meme sem fim.

Não sabemos que somos ou fazemos;
Fomos algum dia, em lugar algum.
Saudades de um tempo que não vivi!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Concretude

Imagem do Google


as vigas de concreto são retiradas
e prédios desabam

mas a poesia seguirá arrimando a vida

domingo, 22 de janeiro de 2012

A maldade

A maldade não é o fim do mundo.

É um lado nosso
tão maltratado
que às vezes merece carinho.

Investimento

Não era o amor de suas vidas
mas sempre investiram para que fosse...

Então, a maior dor do amor:
é o investimente perdido.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Miopia ou cardiopatia?

Os olhos não vêem e o coração não sente.

Quero corrigir meu grau e, então,
pulsar.

Tenho alma e não tenho calma

“Quem tem alma não tem calma”

Por isso me apresso do começo ao fim.

Alma sem calma

Durante muito tempo acreditei
que era tímido ou introspectivo.
(Nada disso)

Meu caso é:
sou impaciente pra dizer coisas da alma em vão.

Manifesto sobre a verdade

À parte de toda filosofia, existe uma verdade. Se fulano é feio ou bonito, se cicrana é educada ou ríspida, se beltrano é bom ou mau caráter. Muitas vezes, o império das paixões nos faz torcer verdades. Noutras, maquinamos em prol do bem-estar. Mas nenhum artifício é capaz de ofuscar sua essência solar: verdade é um sol. Existe alheia às nuvens, à chuva, à má-vontade de quem quer que seja.

Outra coisa é dizer a verdade. Isso sim é um problema.

Com que autoridade podemos dizer isso ou aquilo sobre alguém ou alguma realidade?

Fato é que dizer a verdade sempre implica em uma postura jactante. Por mais brando que se tente ser, quando se diz alguma verdade, o choque é tamanho. O ouvinte reage de bate-pronto, ato reflexo. Retruca, nega, ataca.

Dizer verdades é muito arriscado socialmente. Corre-se o risco de isolamento, causar mágoas etc e tal. Há também uma chance (quase mínima) de tornar-se uma celebridade "autêntica".
Há famosos faladores de verdades que aparecem vez ou outra na mídia e garantem altos níveis de audiência.
Desses, contudo, há uma parcela considerável que faz tipo, causa polêmica por causar.

Os naturalmente autênticos dizem porque dizem, sem pretensão alguma de agrado ou desagrado. É possível percebê-los com alguma vivência.
Sou absolutamente contrário à grosseria, mas penso que vivemos tão sufocados por convenções, comprometimentos políticos, preocupações em não gerar mal-estar... nossa esfera de sinceridade é bastante limitada.
Em uma entrevista, o ator Johnny Depp disse que sente-se mais realizado a medida em que é o que quer ser.

(Tão simples)

De algum modo, tornou-se difícil ser o que se é e dizer o que se pensa, de verdade.

A realização pessoal não está ali na frente, a mil quilômetros, depois de caminhos áridos, acidentados, difíceis. Talvez esteja longe de toda complicação.

Quiçá à palma da mão: exaltando a essência simples que nos compõe, sem voltas, curvas, jogos, trejeitos, preocupações.

Basta ser e dizer. Isso é verdade.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Roxy

Roxy Copa, Rodolpho Saraiva
Os beijos primeiros e últimos
de tantos casais.

As expectativa no escuro:
trailler que revejo como inédito.

Quando entraremos em cena?
As mãos esperam aflitas!

O colo inclina, inspiro, cotovelos rebeldes aos divisores de assento, quase-sussuro, tato em flor, palpitações que pipocam o coração.

São coisas de cinema,
em cartaz no Cine Roxy.

sábado, 14 de janeiro de 2012

O grande amor

O grande amor não vem de quem se doa.

Mas de quem se espera.

Não brota em vão, à toa
Embora navegue na proa

É ínfimo ao mar dos pesares:
bruma e olor do mel da maresia.

Ou nuvem, do sol que se esconde...

Amor é ocaso da dádiva:
Brilha no resguardo
e arrebata de soslaio.

-à beira da dúvida!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Palheiro

Imagem do Google

O palheiro me agulha
chama me procura
Acho na câmara escura
a fagulha que me desperta:
a vida.