(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pueril número um

Arundina, Rodolpho Saraiva

Sou tão criança pra essas desventuras amorosas
Amar não é mais só chegar, encostar
É contrato: há ônus, direitos, rituais, contas a pagar
Não há mais acordo silencioso
A vontade há de ser berrada: “Eu te amo!”

Cansam-me tantas intenções, sentimentos adjacentes
Tudo que não é puramente gostar
torna árduo o prazer de se achegar

E a dama é impávida
Cheia de olhos, bocas, mãos
E me vejo perdido: tenho tão pouca mão, tão pouca boca...
E morro de medo de olhares!

Poderia ser:
-chegar, encostar
-silencio repleto
-palavras guardadas na gaveta
-florzinhas (daquelas que brotam no meio-fio das ruas) no cabelo da amada
-e um beijo puro e primeiro...

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