(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Encaixe



Não nos amam pelos atributos,
Nem os perdemos se não somos amados
Tudo é normal nesse jogo de encaixe:
Uns não cabem nos outros

E quantas peças sobressalentes?
E quantas adaptações?
Quanto adjetivo substantivado!

A gente ama, porque não tem razão
E desama com razão:
às vezes, venta um esquecimento..

E seguem todos, em prova,
Na busca incessante do que não chega
Até que lhes venha a percepção e diga:
– Não há encaixe; só improviso!

2 comentários:

  1. poema engraçadinho da realidade. definitivamente, o eufemismo perfeito.

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  2. Amor, então

    Amor, então,
    também, acaba?
    Não, que eu saiba.
    O que eu sei
    é que se transforma
    numa matéria-prima
    que a vida se encarrega
    de transformar em raiva.
    Ou em rima.

    Paulo Leminski

    um beijaço,
    Anônima.

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