(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A cara-de-Clara

Os olhos odeiam equívoco! Acabam atrelando cara à pessoa. Vai haver tempo que não queira nada seu que não venha dessa loirinha aí. Com essa cara que não se define, mas é cara de Clara, pois se não for, você se zanga. Parece surgida de revista de consultório: empalidecida, depois de tantos folheios. Uma cara que desprende de alguém, e vira um efeite. Uma persona teatral. Ou esconderijo da nudez. Roupa que alguém tomou pruma festa, e não usou mais. Fica numa angústia estática: à espera de uso mais persuasivo. Com o encanto de ser cara-bonita, mas o desencanto de não ter vida. Despertando dúvida, descrença. Provável mentira, que não causa pavor... uma brincadeira. E segue lá, se afirmando sem expressão, prum olhar qualquer.

Um comentário:

  1. resolvi ler tudo e, por que não, começar do inicio?
    =)

    mas ó, é tudo culpa da globalização e da normatização das tendências estéticas.
    (uh la la)

    bom você fazer parte disso, naturalmente, e optar por se pôr à margem...

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