(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pose de poeta

Às vezes esqueço do poeta que fui, poderia ou um dia tentei ser.

É como um terno branco, que deixo no armário para ocasiões excepcionais.

Quando me visto, sigo a minha festa solitária na qual só valem as minhas percepções. A gramática é minha e as importâncias das coisas também.

Não tenho pose de poeta: sou funcionário público simples que bate o ponto todo dia.

Percorro a normalidade de um transeunte qualquer. Ninguém pode apontar que ali vai um poeta.

Poesia é coisa muito minha;
quando escrevo, interessados podem ver os resquícios.

Mas se não virem ou ainda que eu nada escreva
seguirá a poesia em seu estado mais fenomenal:
a potência.

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