Em Teresópolis, há várias propriedades que passam semanas ou meses sem receberem visitas de seus donos.
Essas casas preservam uma força única nas paredes, nos jardins, nos móveis. Tudo, salvo plantas e insetos, conserva-se no mesmo lugar: mesas de jantar, lareiras pouco utilizadas, poltronas, cadeiras de varanda, vasos e tapetes.
Os objetos, embora ressintam serventia, descobrem sentido que ultrapassa a decoração: tornam-se os próprios habitantes daquelas casas vazias, sonhando festas repletas de comidas, crianças, namoros pelos cantos, brincadeiras e música.
Tanto espaço em aberto: linhas em branco para a poesia.
Hoje volto a Teresópolis e revejo as velhas casas-de-veraneio resistindo à dilúvios e estações, hábeis na arte de autossuficiência.
Recanto do Golfe, Rodolpho Saraiva |
Que beleza, meu amigo, de poema!
ResponderExcluir