(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Criatura

 Quando caem no papel palavras que -de tão pesadas- não se levantam 
O Poeta pensa consigo:
-nasceu um verso!

colhidas e lustradas...
Ei-lo:
[aquilo que se diz poema]

Mas olhando esses vestígios dum suspiro
Ele não se encontra:
-Há tão pouco de si!

Não disfarça descontentamento:
- Criador e criatura tão infundíveis!

E consternado, rasga o papel.
E picado cada pedaço
não se sente mais livre.
não se sente menos estranho de si.

Um comentário:

  1. Lembra a estranheza que um certo poeta tinha por um porquinho-da-índia rs

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