(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

segunda-feira, 15 de março de 2010

A árvore de Peixes

Curiosidade sempre lhe foi algo latente. Curiosidade e apurado (ansioso) senso de observação. Sempre gostou de descobrir o mundo do seu modo. Quando pequeno, sentia como cientista, ser humano pioneiro no contato com a natureza. Achava que, à base de empirismo, era capaz de criar próprias regras e valores.

Foi o que ocorreu neste episódio. Sua irmã tinha um aquário. Algo que fascinava muito o menino: a água e peixes. Questionava-se sobre sobreviverem em tanta água. Como se alimentavam, reproduziam (!!!). Pois sim! Pensou que o aquário ficaria muito mais interessante se repleto de peixinhos. Então lhe ocorreu aquele princípio ativo: o coração batia mais forte, obsessivos olhos mirando o objetivo realizável.

Foi assim que pegou um peixinho, dos mais belos do aquário, com uma redinha de limpeza, depois à mão. Com uma pequena colher, pôs-se a cavar canteiro ao lado da cozinha. Quando percebeu que a “cova era suficiente”, colocou nela o peixinho.

Neste momento, o velho vizinho, abismado com o movimento, perguntou:

-O que estás a fazer, menino?

Prontamente respondeu:

-Estou plantando esse peixinho, pra ver se nasce uma árvore de peixes aqui.

2 comentários:

  1. Além de poeta, contista?! Adorei a história! Como é gostoso visitar este lugar, ler seus textos...

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