(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

domingo, 13 de dezembro de 2009

Trato de esquecimento

“Finja que me esqueces
e juro que também o faço
E seguimos assim:
Justos e combinados.”

Perto de firmarem,
As partes pensam:
“O que será do pó que nos resta,
debaixo do tapete?”

E desistem do olvido tratado
Eis que assim converter-se-ia
em amor,
eternamente inacabado.

2 comentários:

  1. Ok, esse poeminha me leu. Intrometido.

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  2. Trato só da perpétua saudade
    Que mora neste peito desditoso
    Mas o queixume derramar não ouso
    Com medo de que aos outros desagrade.

    Se entanto de gemer me dissuade
    O coração, tão cedo desgostoso,
    Ordena e manda Amor que sem repouso
    Tudo que sofro em canto se traslade.

    Oh! triste verso meu, pois vais partindo
    Por este baixo e escuro em que ando
    Para espalhar o meu tormento infindo.

    Ah! seja o teu destino manso e brando.
    Porém, se te alguém ler acaso rindo,
    Dize-lhe então que te escrevi chorando!

    Soneto da Saudade, José de Abreu Albano.

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