(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Que venha o novo, de novo!

Louva Deus, por Rodolpho Saraiva

De novo, o "sempre-novo", que já põe a novidade em dúvida. Mas é o propósito que nos faz zerar o cronômetro e abrir páginas novas. Ficção de que tudo pode ser diferente. Acalanto de encher o peito. Embora se saiba, de ante-mão, dos limites. Felicidade é muito menos concretização do que se quer. Felicidade tem um quê de arrebatamento, de surpresa. E surpresa não se pede: fica prevista. Então, nada dessa mendicância "simpática". Deixa fluir! 2010 terá ondas curtas e gigantes. Cabe ter competência para surfar direitinho. Afinal, nossa responsabilidade é que define. Não há infortúnio tão malvado que nos prive da responsabilidade ser livre. Ainda que só reste pensamento; ou esse parágrafo; ou um suspiro. Com liberdade, felicidade sempre será possível. Portanto, é melhor não pedir tanto: o pedido restringe o porvir. E se perde de vista satisfações melhores, mais livres, que ainda nem foram pensadas.

Um comentário:

  1. Tempo Será:

    A Eternidade está longe
    (Menos longe que o estirão
    Que existe entre o meu desejo
    E a palma da minha mão).

    Um dia serei feliz?
    Sim, mas não há de ser já:
    A Eternidade está longe,
    Brinca de tempo-será.

    M.B.

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