(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

terça-feira, 18 de abril de 2023

chego a achar Heráclito natural

não tenho estômago para tanta coisa
se é azia ou ânsia
o antiácido virá
na mesa do Baixo
ou na ladeira do bar

é difícil lutar 
com o coração 
pois com alma se paga
e jamais diga "calma"

o fogo une, separa e agalma
a vida que é
só 
o que for 
agora

quem procura ouro 
cava muita terra 
e acha pouco

(o inesperado é inencontrável
e inviável)

então busco a mim mesmo
neste Rio que nunca é o mesmo
ainda que meu riso não esteja a esmo

assim tudo flui 
jamais 
ao encontro
que mataria
esta alegria 
de buscar

2 comentários:

  1. kkkk genial, resta-nos rir e seguir no rio raso sem muitos seguidores, pois estamos todos perdidos... :)

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  2. Adoro suas poesias e suas referências (nesse caso, filosóficas). Você tem um dom absurdo com as palavras! A dialética inerente a toda mudança, o fluxo (e refluxo) perpétuo da vida é ao mesmo tempo nossa benção e nossa maldição. Que você nunca perca essa ânsia por buscar a si mesmo e que descubra outras versões de si nesse rio que também se renova.

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