(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

natal mnemônico

"Bébé ou Naissance du Christ à la tahitienne", de Paul Gauguin


quantos natais desde aquele Natal?
quem circundava aquela ceia?
quem são aqueles vizinhos?

pois, de repente, passaram-se anos
entre a foto amarela e a digital
a distância curta de uma década

imagino os presentes, as receitas antigas, os velhos quereres de réveillon...
(já não saberia sonhar como outrora)

mas afinal
sou ainda o mesmo

agora
carrego restos dos que não estão
(poucos)
e consigo me olhar com certa ternura

era errante
e só errante erra

perdoar-me tardou mais que uma confissão
(se jogasse a Deus os meus pecados...)

que pecados?

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