(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ao amigo que partiu

O amigo que partiu, trouxe de volta todas as lembranças remotas de colégio. Todos brincando de roda, e de repente espalhados pelo mundo. Mas a roda não desfaz: projeta. Todos são filhos da mesma geração. Mesma infância. Mesmo uniforme verde e branco, aquela bombacha clássica. Os mesmos desenhos, brinquedos, heróis japoneses. As coisas da mesma cidade. O dia-a-dia do mesmo colégio. O mundo espalhou tanto, mas um elo frágil ficou hasteado. Mesmo que as rodas patotas adolescentes depois mudem, as profissões cada qual pense a sua, uns tenham logo filho e casem, outros não. Mesmo que nem haja assunto. Nem haja reencontro. Há tanta dispersão no meio, mas um ponto hoje -luto- e outro, duas décadas atrás: uma saudade. Todos projéteis da mesma roda, e por isso, amigo.

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