(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sábado, 20 de junho de 2009

Morena-dos-olhos-d´água

Quando sua maré se enche
fico por baixo
das incertezas
que apertam o seu passar.

E se desvio, quando espia
é porque gosto de vê-la sem me notar:
minha apnéia,
cara-a-cara com teu mar.

Aí nesse pé-pé de ondas
Você se aborrece
"ah... cara, vê se me esquece"
(porque sou temente de me afogar).

Um comentário:

  1. Quando eu te vejo e me desvio cauto
    Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
    Contigo dizes, suspirando amores:
    — "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"
    Como te enganas! meu amor, é chama
    Que se alimenta no voraz segredo,
    E se te fujo é que te adoro louco...
    És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

    (Casimiro de Abreu)

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