Quando sua maré se enche
fico por baixo
das incertezas
que apertam o seu passar.
E se desvio, quando espia
é porque gosto de vê-la sem me notar:
minha apnéia,
cara-a-cara com teu mar.
Aí nesse pé-pé de ondas
Você se aborrece
"ah... cara, vê se me esquece"
(porque sou temente de me afogar).
Quando eu te vejo e me desvio cauto
ResponderExcluirDa luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"
Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...
(Casimiro de Abreu)