(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Comoção em massa

Na multidão, todos se perdem. Despedem-se do pensamento, o sentimento, o propósito. Por um instante se pensa "que estou fazendo aqui?". De repente, absortos pela comoção em massa, sentimos um só pulsar, uma só alegria, somos a multidão, a torcida, desprovidos de qualquer unidade. O filme de comédia, menos engraçado, nos incita o riso porque salpicam gargalhadas na sala escura de cinema. No Maracanã lotado: ola, gritos rimados, e a sensação de torcedor se perde, exigindo que às vezes se torça pelo Flamengo em casa, trancado no quarto. Na comoção da folia carnavalesca, a alegria não é nossa, surge pela química-fisica. A proximidade dos corpos resulta algo muito além da soma matemática. E nesses sentimentos que se nos incorporam, todo mundo se irrita com a dúvida de que não haja colombina, arlequim e pierrot. Mas amor de carnaval é coletivo, nunca de um só.

Um comentário:

  1. AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO CARNAVAL. Sei lá, naum tem como naum se contagiar no meio de tanta putaria.

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