Tua mudez denuncia
o quanto caibo no teu silêncio
passa venta, passa brisa
lá estás, que só espias
boca silente, mas olhos eloqüentes
doidos pra me berrar
E chega o tempo de incerteza:
de que vale toda beleza
sem um verso para ecoar?
[reivindica-se um suspiro
monossilábico, duma perna só...]
Mas tu te quedas impassível
contempladora insensível
do meu verbo sem par
E tu te calas tanto, tanto
Que não há razão alguma para poema
[sabes que é teu rebento?]
Nem fórceps, nem luta:
Eis poema nati-morto.
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