à sombra incerta
ao próprio desencontro
restando no lugar do qual já foi embora
um homem que dorme
vendo seu próprio filme
por ali
em dias molhados
o rio corta pedras como seta incontível
nada queda hirto
tudo corre abismo
mar incerto a desencontrar
o vasto só a si se basta
e o pensamento pasta
nas incontáveis colinas
contando vaquinhas e plantações
balanceando anos idos
e poemas eternamente inacabados
sim, foi tudo de repente
o inda outrora premente
virou semente
não:
tanto segue o mesmo
retorno sem consolo
e naquela água enlameada melhor espelha a imprópria imagem
-sem reflexo-
pois adentro de si
correm
todos aqueles rios turvos
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