(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Paródia de "Divido o que conheço", Fernando Pessoa

Duvido o que esqueço
De um lado não é o que sou
Do outro, quanto conheço
Por entre os dois restou

Nem sou quem me lembro
Nem sou quem há em mim
Se penso em dezembro
Se creio, não há fim

Que melhor que isto tudo
É ouvir, na passagem
Aquele ar certo e mudo
Que eternece a estiagem

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