(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

tempo real

conforme mais vazia a casa, mais os objetos perdiam a serventia e movimento usual. a xícara, a colher no escorredor, o relógio de ponteiro parado, a toalha a secar em total desatenção: não lhes havia tempo real. lado outro, pareciam maiores os espaços e o ar flutuava leve dentre os objetos - então meros figurantes da cena. o silêncio trazia música e dança. a quase inutilidade das coisas fazia sobressair o sujeito, observador disso tudo, pelo instante em que deixava o negócio e contemplava o ócio.

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