(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

terça-feira, 8 de junho de 2021

tempus fugit actum

Quando perdemos alguém importante, todas as lembranças ficam niveladas, sem hierarquia cronológica. Vivências de dois meses, três anos, duas décadas pousam no mesmo plano, sem desvanecimento pela distância ou importância pela proximidade. Todo retalho compõe a tessitura; cada pedaço encontra seu perfeito encaixe. A cronologia é uma grande bobagem: diálogos de quinze anos atrás são mais pertinentes que os entraves deste janeiro. O tempo é uma maneira narrativa, uma sucessão fática que se pretende mais didática. Só. Quando quando ela termina, impõe-se outra leitura, de épocas mescladas, de sentidos maiores que a rotina de circunstâncias. 

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