(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Copacabana não me engana. Tantos ônibus, vizinhos ruidosos, personagens de todos tipos. O inferno ao céu em poucos andares. Ruas apinhadas de gente. Velhinhas mirando a laser meus calcanhares quando arrisco o Supermercado Mundial. Todos com tanta urgência pelas ruas, rosentando ao sol da manhã que já não bate à janela. Cotidiano crônico e cronista, quase não se abre mais a poesia.

Até que rádio me toca:

"Copacabana esta semana o mar sou eu"
"Estilhaços sobre Copacabana/ O mundo em Copacabana/ Tudo em Copacabana Copacabana"
"Um só lugar para se amar: Copacabana"

E a antologia me abre:

"Olhos verdes, de ondas sem fim./ Por quem jurei de vos possuir, Ai Avatlântica!"

"O preto no banco/ A branca na areia/ O preto no banco /A branca na areia/ Silêncio na praia/ De Copacabana"

Um átimo de poesia. A vizinha do quinto andar manda o reclamante do segundo arrumar o que fazer, que se ocupe da felação com a esposa.

Retoma, então, a crônica reinante.

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