Passado o tempo, as utopias tornam-se lembranças inconcretas. Sobre essas, não houve registro qualquer, por retrato ou bilhete. São sensações mortas que deixaram resquício da ardência peitoral. Esse resquício hoje representa a própria utopia.
E a saudade da utopia é a imaginação que se tem sobre a ardência peitoral. Esforço imaginativo apenas, pois, é impossível reviver a exata sensação. O que se tem hoje é lembrança, a qual não provoca as mesmas reações químicas de outrora. O lado do cérebro é outro.
Diante da ação do tempo, a utopia não é vinho; é vinagre.
Será?
ResponderExcluirMuito boa reflexão!
Esse é tão exato que me emocionou.
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