(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sábado, 28 de maio de 2011

Ensaio sobre a Tristeza

A Tristeza é a honestidade das lágrimas, que desarmam a armadura da alma. Tristeza se reflete à beira do lago, solista. Então, a tristeza desobriga. A ninguém cabe o ônus de ser triste. Porque um dia, mal quista, vai embora. Se cultua a tristeza, ela floresce um livro, uma poesia, uma pintura. É feito um rio que nos atravessa e desemboca em arte. Tristeza não é bem de consumo, pois ninguém quer comprar tristeza. Vende-se o produto da tristeza, o que fez alguém chorar. Mas o olho d´água, bem do nó do peito, cada um entende como apraz. Pode ser lástima, egotrip ou borbulhão. Tristeza é água, ardente, na garganta.

2 comentários:

  1. Gostei Rodolpho... mas às vezes tristeza vira objeto de consumo sim...
    depois passa lá: http://inconclusiva.blogspot.com/2011/05/das-lagrimas.html

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