(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Deletérios

Deletério é o tempo
Na correria das horas
Engole lembranças
De que se pensa

Deletério é o vento
Arrasta folha e pensamento
E não há peso de papel
Que desfaça o tormento

Deletéria neblina, fumaça, nuvem
Que reduz o céu
Deletéria miopia
E tudo que contorce a visão.

Deletério precipício
Carregados por desabamentos
Os loucos enamorados
Lançam-se em vão.

Deletério silêncio
Corrosivo
Quando a raiva ordena grito:
Calar-se é implosão!

Deletéria a vida:
De quem não se ensina
Que a força de luta
Aumenta o contra-golpe do mar.

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