Sumidouro, por Rodolpho Saraiva |
Na roça, eu afundo na fossa.
Caminho até terminar a fiação elétrica;
depois, ao largo de escuridão
é tudo mato, tudo estrada, tudo-nada.
Estou a esmo no ermo
eu, só: eu mermo.
quase me esqueço onde, como cheguei... cá estou;
o que importa-
é alguma porta que me há de abrir
porque quero fugir;
(eis que não nasci- escapei do ventre)
Hoje recosto de novo nesse relento
já tão desinteressado dos causos de mãe-d´água
dos ribeirinhos que se perderam pra sempre
suas vidas, ex-casas...
Sou descaso disso, poeta apressado nesse tempo de prosa
dos bons-dias de horas...
"fica-mais-um-pouco"!
Não quero estar: sou partista.
De roça e fossa, que se dane tudo que não tem bossa:
-bosta!
Quando a vida precisa ser mais que paisagem...
ResponderExcluir(Ai, esta poesia quase me desencorajou a fazer provas no interior, rs)
Bjs, querido.
é uma perspectiva... bem realística, sem eufemismo, que qualquer urbanóide como eu sentiria... mas há outro lado da moeda: os recursos humanos (pessoas) desses lugares são incomparavelmente verdadeiras, acolhedoras...
ResponderExcluirPerfeitoooo
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