(qualquer verossimilhança é mera descoincidência)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

o rei roeu o panta rei

quando volto às nascentes
bebo a mesma água
sob outros reflexos
destes tempos correntes

panta rei?
pois não sei
se passou 
ou segue

o que imaginei passar, vai hirto à próxima curva da memória

o que imaginei ficar, está desfeito pela névoa da cerração
feito açúcar ao relento 
embebido do orvalho da montanha 

-desta montanha onde guardo meus segredos
este baú de lembranças vagas
que voltas e meias viajo e me revejo tanto

sim, às nascentes, estou às voltas
águas que me irrigam o canto
nesta altitude onde gravita meu irremediável quebranto

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